O clima do mundo está a mudar a um ritmo e de uma forma sem precedentes. De furacões que afetam comunidades no Caribe ao aumento do nível do mar que ameaça vidas e meios de subsistência no Pacífico, ondas de calor e secas em toda a Europa e pessoas deslocadas no contexto de eventos climáticos extremos, inundações e secas, os efeitos das alterações climáticas já estão a ter impactos nos direitos humanos, incluindo o direito à alimentação, água e saneamento, habitação decente, saúde, segurança pessoal e até à própria vida.
As alterações climáticas afetam desproporcionalmente as pessoas mais desfavorecidas do mundo - aquelas que são as mais pobres, mais expostas e têm menos recursos para suportar choques e tensões climáticas, como eventos climáticos extremos (UNFCCC, 2021).
Desde a revolução industrial, que as atividades humanas têm emitido gases com efeito de estufa (GEE) na atmosfera, alterando assim o equilíbrio climático do planeta. Atualmente estes gases continuam a acumular-se na atmosfera e no oceano. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC, em inglês), um aumento de 1,5°C na temperatura média da superfície global é um limite além do qual as alterações climáticas terão consequências devastadoras (UNFCCC, 2021).