A ciência é clara, agora os governos têm de agir mais rapidamente e com mais urgência na ambiciosa ação climática. Estamos a alimentar este fogo quando temos ao nosso alcance os meios para o extinguir”

sublinha Joyce Msuya, vice-diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Ambiente

AÇÃO CLIMÁTICA
GLOBAL

Desde 1970 que 80% das fontes primárias de energia no mundo estão assentes no carvão, no petróleo e no gás natural e é preciso inverter isto.

Para que as emissões não cheguem às projetadas 58 GtCO2e (gigatoneladas de CO2) em 2030 e impedir que os termómetros subam mais de 1,5°C, é necessário que as emissões não ultrapassem 25-30 GtCO2e em média por ano até 2030. Para impedir que o termómetro médio global ultrapasse esta linha vermelha, os países têm de acelerar os roteiros para a descarbonização.

A ONU sugere novas taxas sobre os combustíveis fósseis, o fim dos subsídios ao carvão e ao petróleo e a aposta nas tecnologias limpas, sobretudo nas energias renováveis.
Se extrairmos todas as reservas que se conhecem de carvão, de petróleo e de gás natural, consideradas economicamente viáveis de serem exploradas, as temperaturas vão subir muito mais que 2°C. Para que isso não aconteça, temos de deixar no subsolo cerca de 70% dessas reservas, asseguram os cientistas.

Há propostas ainda mais drásticas, como as avançadas por um grupo de cientistas num artigo publicado na revista Science (entre os quais Johan Rockström, vice-diretor do Instituto Potsdam para a Investigação sobre os Impactos Climáticos): propõem a redução para metade das emissões brutas de CO2 em cada uma das próximas décadas por comparação à anterior e a utilização de tecnologia que remova CO2 da atmosfera para que as concentrações não ultrapassem as 380 partes por milhão (ppm) em 2100. Também propuseram antecipar a eliminação de subsídios aos combustíveis fósseis para 2020; proibir o fabrico de carros com motores de combustão interna a partir de 2030; alterar a dieta e reduzir o desperdício alimentar.

Portugal e alguns outros países, como a Suécia, a Dinamarca ou Espanha, já se tinham comprometido a atingir este objetivo até 2050. 

É essencial mudar o modo de produção agrícola a grande escala, tendo em conta que globalmente o setor agrícola, com particular peso na produção de carne bovina, é responsável por um quinto das emissões mundiais. As emissões da indústria têm de cair 75-90% até 2050 em comparação a 2010, apostando na eletrificação dos modos de produção a partir de fontes renováveis, hidrogénio e da economia circular.

Os transportes representam um quarto das emissões globais (oito gigatoneladas por ano), segundo dados do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), o que significa que este setor está a emitir mais 70% que há 30 anos. As projeções nacionais compiladas pela Agência Europeia do Ambiente (AEA) sugerem que as emissões dos transportes em 2030 permanecerão acima dos níveis de 1990, mesmo com as medidas atualmente planeadas nos Estados-Membros.

Calcula-se que existam mil milhões de carros no mundo e que em 2040 possam ser o dobro, o que torna o setor dos transportes um dos que precisam de maior atuação, de forma a travar as consequências. É necessária mais ação, especialmente no transporte rodoviário, o que mais contribui para as emissões do transporte, bem como na aviação e no transporte marítimo(AEA, 2021).

O QUE FAZER PARA ATINGIR AS
“EMISSÕES ZERO”??
Para atingir o objetivo de “emissões zero” em 2050 terá de ser proibida a comercialização de veículos movidos a combustíveis fósseis entre 2035 e 2040, algo já previsto no recente pacote Fit for 55.

Fontes Consultadas

Agência Portuguesa do Ambiente (APA) - https://apambiente.pt/

Comissão Europeia – “Juntos na luta contra as alterações climáticas”, 2018

Comunidade Intermunicipal do Cávado – “Guia de boas práticas de adaptação às alterações climáticas”, 2019

European Environment Agency (EEA) - https://www.eea.europa.eu/

FCT NOVA Sustentável, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Lisboa - “Guia de Boas Práticas”, 2019

 

Organização das Nações Unidas (ONU) - https://unric.org/pt/

Organização Meteorológica Mundial - https://news.un.org/pt/tags/omm

Sociedade Portuguesa de Inovação – “Guia de Boas Práticas: A Escola e a Sustentabilidade”

The Intergovernmental Panel Climate Change (IPCC) - https://www.ipcc.ch/

Este site utiliza cookies da Google para disponibilizar os respetivos serviços e para analisar o tráfego. O seu endereço IP e agente do utilizador são partilhados com a Google, bem como o desempenho e a métrica de segurança, para assegurar a qualidade do serviço, gerar as estatísticas de utilização e detetar e resolver abusos de endereço.